Consequências da pornografia e da masturbação - Parte 1
- Junior Meireles
- 19 de ago. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 11 de dez. de 2020

Nos últimos anos muitos pesquisadores andam preocupados com o fenômeno da disfunção erétil que vem ocorrendo entre muitos homens ainda no início de sua vida sexual.
O pesquisador Matthew Christman (1), apresentou sua preocupação na reunião anual da American Urological Association, em Boston.
Ele disse:
"As taxas de disfunção erétil entre indivíduos jovens são extremamente baixas, por isso o aumento da disfunção erétil que temos visto ao longo do tempo para este grupo precisa ser explicado”.
O QUE É DISFUNÇÃO ERÉTIL?
Você sabe o que é disfunção erétil?
A disfunção erétil também é conhecida como “impotência sexual”, popularmente recebeu o apelido nada carinhoso de “brochar” e na prática, nada mais é que o fato de um homem não conseguir fazer com que o pênis fique ereto para que o ato sexual aconteça (2).
Portanto, é um problema que afeta os homens.
A verdade é que, seja lá como você chama este problema, certamente, ele é o verdadeiro terror dos homens em todas as idades.
O que quer dizer que, seja você um adolescente, jovem, adulto ou idoso, certamente, é alguém que já se pegou pensando em algo do tipo: “e se na “hora H” eu não funcionar”?
É ou não é?
Bom! Se isso te aterroriza, eu tenho uma péssima notícia para você e essa noticia nada agradável é que todo mundo vai falhar pelo menos uma vez na vida!
FALHAR ESPORADICAMENTE É NORMAL!
É verdade!
A gente fala muito sobre virilidade e esquece que falhar também é normal.
E por isso, é importante que você saiba que mais cedo ou mais tarde, todo homem vai falhar.
Não importa o quanto você seja viril e se esforce. Pelo menos uma vez na vida, isso vai acontecer.
E quer saber mais?
Falhar uma ou algumas vezes na vida sexual não faz de você menos homem, apenas mostra que você é um ser humano.
FATORES QUE CONTRIBUEM
No caso de homens com idade acima dos 40 anos, há uma série de fatores que podem impedir a ereção, como o desgaste físico da idade, uma vida ociosa, diabetes e pressão alta.
E no caso dos homens mais novos (e dos homens de todas as idades) há fatores psicológicos, como estresse, insegurança e ansiedade.
Tudo isso afeta o desempenho sexual de homens e até mesmo de mulheres.
Agora o que poucos sabem é que a masturbação também pode causar a disfunção erétil.
E o que ainda menos pessoas sabem é que a disfunção erétil causada pela masturbação pode ser ainda pior que fracassar em uma única tentativa de fazer sexo.
A pornografia e a masturbação podem gerar um estado de impotência sexual que pode durar por mais de um ato sexual ou até mesmo ser irreversível.
É isso o que dizem alguns especialistas.
TA NO THE GUARDIAN
De acordo com uma matéria publicada no The Guardian: a masturbação e o consumo de pornografia podem ser as principais causas de disfunção erétil em indivíduos jovens.
Especialistas alertam que segundo estudos recentes, o número de homens abaixo de 40 anos que apresentam o problema subiu de 2% a 3% para até 35% (3).
E dois dos principais motivos para o aumento de casos está relacionado ao ato de se masturbar e ao consumo de conteúdos pornográficos que vem se tornando cada vez mais acessíveis devido a ampliação do acesso à internet.
Clare Faulkner, terapeuta psicossexual e de relacionamento comentou na matéria do The Guardian que possui clientes “com disfunção erétil que ainda estão no início dos seus 20 anos (4).
O QUE PODE EXPLICAR A RELAÇÃO ENTRE PORNOGRAFIA E MASTURBAÇÃO E A DISFUNÇÃO ERÉTIL?
Existem três situações que ligam a masturbação e a pornografia a disfunção erétil e elas são:
A QUESTÃO NEUROLÓGICA (5) : A ejaculação é tratada por muitos como uma supercarga potente de neurotransmissores do prazer que alguém pode obter de forma natural.
Só é possível alcançar algo nos níveis de uma ejaculação por meio do uso de drogas que são extremamente prejudiciais para a saúde.
E de acordo com o pesquisador Gary Wilson: o fato de alguém conseguir ir adiando a ejaculação quando se masturba acessando pornografia, faz com que a ejaculação eleve o nível de dopamina a níveis superiores ao do sexo em si.
A ideia do pesquisador de ir adiando a ejaculação é que a pessoa vai assistindo a vários vídeos ou permanece muito tempo assistindo um vídeo evitando ejacular para obter mais prazer.
Como a pornografia e a masturbação elevam o nível de prazer e de dopamina, é possível que o individuo passe a ser menos sensível a outros estímulos sexuais como a relação sexual em si e que isso evolua para uma disfunção erétil.
A REALIDADE É OUTRA: Além do mais, a pornografia oferece ao usuário um cardápio de opções que atendem exatamente aos seus gostos pessoais.
Assim, se uma pessoa gosta de pessoas magras, existem conteúdos específicos.
Se alguém gosta de pessoas mais cheinhas, também podem procurar por algo relacionado ao seu gosto.
E por outro lado, o padrão dos homens e mulheres dos filmes, estão longe da realidade do cotidiano.
Muitos ignoram que existe uma seleção criteriosa e exigente para que alguém estreie um filme pornô.
Não basta ter um pênis, tem que ser o pênis.
Não basta ter uma vagina, tem que ser a vagina.
E portanto, o padrão estético apresentado nos filmes pornográficos, bem como as posições sexuais e o prazer que os atores demonstram sentir e proporcionar, estão muito distantes daquilo que nós seres humanos normais somos capazes de proporcionar e sentir.
É por esse motivo que muitos homens e mulheres se assustam ao ver pessoas muito bonitas que poderiam facilmente encontrar um parceiro para fazer sexo, mas acabam se expondo na internet se masturbando, usando objetos quase que inacreditáveis ou tendo relações sexuais com animais.
E por mais inacreditável que possa parecer, existem pesquisas que apontam o fato de que vem crescendo assustadoramente o número de pessoas que preferem o prazer sexual obtido pela masturbação estimulada pela pornografia do que pelo sexo com outra pessoa.
A TOLERÂNCIA SEXUAL (6): Por fim, o pesquisador Gary Wilson afirmou que o fato de o individuo conseguir controlar a ejaculação durante a masturbação acessando pornografia é algo impossível de acontecer durante uma relação sexual.
Ninguém consegue controlar a ejaculação por tanto tempo de maneira natural em uma relação sexual como o individuo que acessa pornografia e se masturba.
Deste modo, além de o cérebro experimentar o excesso de dopamina, ele também experimenta o controle da dopamina.
E por outro lado, o órgão sexual, experimenta dois processos antagônicos que não deveriam acontecer ao mesmo tempo, a sensibilização e a dessensibilização.
O primeiro permite elevar os níveis de dopamina, enquanto o segundo aumenta a tolerância, fazendo as pessoas dependentes de cada vez mais estímulos para obter prazer.
Resultado?
Quando a masturbação e o uso da pornografia não geram a disfunção erétil, elas geram a dessensibilização do órgão sexual e isso faz com que muitas pessoas não consigam ejacular por meio de uma relação sexual.
Parece bobagem?
Isso é mais comum do que parece!
Muitos homens ou mulheres já admitem que mesmo podendo fazer sexo com seus parceiros, precisam recorrer a masturbação para conseguirem alcançar a ejaculação.
PODE SER IRREVERSÍVEL?
Para tentar solucionar o problema da disfunção erétil entre homens muitos novos, alguns médicos prescrevem Viagra para esses pacientes.
No entanto, mesmo os estimulantes sexuais, vem se mostrando ineficazes no combate a perda de ereção causada pela masturbação, afinal, o problema tem origem no comportamento sexual compulsivo estimulado pela masturbação (7).
Como consequência, muitos desses jovens apresentam dificuldades não apenas na vida sexual como também têm problemas para formar relações românticas saudáveis, já que a principal fonte de educação sexual vem de um cenário distorcido que não representa a realidade.
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